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Palavra do Gran Prior


Você acredita em um só Deus, ou no Deus que te convém?

Escrito por Grão-Mestre Dom Albino Neves

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Três são as religiões monoteístas: o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. Tais religiões acreditam em um só Deus, um único Criador, um só Senhor do Universo.

Partindo desse princípio, todos os homens devem ser tratados como irmãos; todos os seres viventes e toda a natureza têm origem em um único Criador.

Se for assim, cabe-nos perguntar: por que ainda se continua matando, escravizando, maltratando em nome de Deus?

Por que se promovem guerras, destruindo países para ficar com suas riquezas?

Por que ainda se têm notícias do trabalho escravo?

Por que ainda se toma conhecimento de índios morrendo por desnutrição, doenças e abandonados à própria sorte pela ganância do homem que se diz civilizado?

Por que se desmatam florestas? Por que se produzem alimentos com agrotóxicos de alto teor cancerígeno?

Por que se poluem os rios, os mares e o ar?

Por que isso — e muito mais — acontece em países que acreditam em um único Deus?

Se todos e tudo têm origem em um único Criador, isso não deveria ocorrer.

Deus não pode ser o Senhor da conveniência do homem.

Deus é o Deus do amor, e não do desamor ao próximo.

Deus criou brancos, pretos, amarelos e índios... Deus criou a Terra e não dividiu grandes glebas para uns e apenas sete palmos para outros.

Deus não criou o ar para alguns respirarem e outros não.

Deus não criou o alimento para uns esbanjarem e outros morrerem desnutridos.

Será que os que agem contrários às leis de Deus acreditam que terão palácios no Reino do Céu?

Será que os que matam em nome de Deus acreditam que receberão aplausos de Deus pelos seus crimes?

Será que os que destroem a natureza para formarem grandes riquezas acreditam que irão transportar tais riquezas para a vida pós-morte?

Não basta apenas acreditar em Deus, ter uma religião, fazer caridade para que o homem encontre a salvação.

A lei divina de Deus é justa, e cada um recebe de acordo com o seu proceder; daí ser necessário plantar sempre o amor.

Fora da lei do amor não existe salvação, não existe vida, não existe reconhecimento de que o mesmo Deus que nos criou criou o próximo; que Deus está em tudo e em todos; portanto, quando se fere o outro ou a natureza, fere-se a parcela divina de Deus que ali se encontra.

Será que verdadeiramente acreditamos em Deus? Ou será que adoramos o Deus da conveniência, a quem nos dirigimos nas horas de suplício, de dores e perdas?

Para acreditar em Deus, é fundamental “amar ao próximo como a si mesmo.